quinta-feira, 19 de abril de 2018

TURISMO NÃO É BRINCADEIRA DE AMIGOS

ORLA DE MARABA, INVERNO DE 2018. CRÉDITO: ARNILSON ASSIS

Fiz uma pesquisa em tempos pré realização da Expoama 2017, nossa Feira Agropecuária, queria descobrir se havia algum evento atual que projetasse a cidade nacionalmente, que lhe desse algum tipo de fama positiva, uma grande repercussão. A feira foi disparada a campeã das indicações, mas, não ganhou a medalha pela projeção da cidade, pois, todos a consideraram como um produto voltado ao publico interno, local. Muitos, no entanto a consideraram como o maior evento anual por conseguir atrair publico para os shows artísticos do meio sertanejo. Mas, o evento tem um charme especial, muita alegria, beleza e longevidade.


Por falta de ação e estratégias a Praia do Tucunaré vem perdendo o seu grandioso brilho, principalmente por falta de cuidados para se afirmar como atrativo turístico, com serviços aos banhistas e padronização de suas barracas e seus espaços. A gestão municipal fez a revitalização da Orla Sebastião Miranda, mas, a praia continua, sem o carinho de uma mãe ou de um pai, ou mesmo de um tio ou de uma tia.

Não sei se a praia vai se acabar, mas, sem dúvida a Expoama veio para ficar, ficar impactando ainda, na atração de visitantes. Uma coisa não percebida, as atrações musicais fazem contrato aqui e nas cidades vizinhas. Em 2017 concorreu com o aniversário de Itupiranga, dia 14 de julho. A pequena cidade transformou o seu aniversário em uma festa digna de uma capital, toda a estrutura de shows, camarotes e serviços, muito bem organizados, confesso que fui seduzido como muitos, a ver o grandioso espetáculo. Também, percebi a romaria de carros que prá lá se deslocaram. A multidão tomou as ruas da cidade, hotéis e pousadas lotados e muita gente na Praia dos Macacos, nesse balneário havia toda a estrutura de suporte, desde resgate, segurança, presença da secretaria de turismo e padronização de todas as barracas. Coisas essenciais.

Em julho de 2017 estive na Praia do Tucunaré, foi um final de semana de muito trabalho, mas, sem grandes impactos turísticos, sem fortalecer a economia local, sem divulgação. Infelizmente os empresários precisam ter os olhos abertos, não basta fazer, precisa saber que um evento ajuda muito na economia local, se for pensado, planejado e ofertado para moradores de outras cidades.

A praia foi palco em 2017 de um lindo evento náutico, realizado em um único dia e de repente, a cidade acorda do mesmo jeito que o dia anterior. Mas, por que dizer isso? Para ser considerado turista a pessoa precisa passar pelo menos 24 horas numa cidade. Evento como este é promovido em uma manhã e tarde, com uma leve geração de recursos. Sendo bem divulgado e organizado precisa ter o objetivo de atrair visitantes, daí, devem promover parcerias e, quem sabe, comercializar pacotes para o evento, de hospedagens e etc. Um evento que consegue ajudar a cidade deve ser pensado em pelo menos três dias de duração, assim, os visitantes ficarão hospedados, se alimentarão, usarão nossos meios de transportes, farão compras e outras coisas para seu bem estar.

Os empresários locais precisam se conscientizar e não cometer certos pecados. Mas, infelizmente, eles acham que sabem de tudo e não buscam parcerias, não divulgam e não ajudam a economia da cidade. Por outro lado, o poder público esteve longe da praia no veraneio e alheio a qualquer tipo de trabalho, coisa que não se pode deixar acontecer. Promover o turismo é uma questão de construção, colocar um a um os tijolos certos.  E vamos caminhando na nossa sina, de fazer sem ter resultados. Os empresários ainda foram despertados quanto a questão turística, do papel que a gestão pública tem, do seu papel de cobrar políticas de gestão, do calendário cultural e turístico, de se promover as melhorias nos espaços urbanos e rurais, em todos nos quais se pode beneficiar o turismo. Enquanto isso, vamos trocando figurinhas repetidas, no jogo enfadonho que não se traduz em resultados concretos, positivos.

Eu fico impressionado com a criatividade dos gestores públicos, vamos pensar um pouquinho sobre a nossa Capital, quanto fatura anualmente no turismo? Muita coisa, é claro, poderia até faturar mais e mais. Belém é uma cidade nas proximidades do litoral e não possui praias, tudo perdido? Claro que não. Tem saída? A cidade é rica em sua cultura, sua história, seus monumentos e eventos e atrai turistas de todos os cantos do planeta. Eu fico imaginando Marabá sem a praia do Tucunaré, sem nenhuma praia. Mas, temos e não sabemos promover o turismo em suas múltiplas atividades de lazer. É como se um trabalhador de um açougue ganhasse uma vaga num centro cirúrgico, o que fazer? Melhor não fazer nada, baixar a cabeça e tapar os ouvidos. Mas, quando um centro cirúrgico recebe um médico cirurgião, a coisa anda e vidas são salvas. Quem sabe faz na hora e não espera acontecer e nem se esconde.

Evento de turismo para um único dia não movimenta a cadeia do turismo, pode até gerar algumas hospedagens, refeições, se torna uma brincadeira de amigos. Da próxima vez pensemos, não estamos sozinhos e podemos ajudar a gerar e manter dinheiro nesta cidade, trazendo pessoas para ficarem três, quatro ou cinco dias. Enfim, turismo não é uma brincadeira de amigos, pode até ser um grande negócio para os empresários e para a cidade. Pense nisso!

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